domingo, 2 de agosto de 2009


A visão de quando entro na rua Bolevar Castilho França. É uma das melhores cenas e sensações que tenho da minha cidade. O mercado de ferro, a feira livre, a tradição, a erudição de uma arquitetura colonial "detonada" e o povo de verdade em plena atividade e indivisíveis. Ali tudo que existe de melhor e de pior se encontram. Logo mais adiante o rio que parece invadir o asfalto e a cidade com suas embarcações, como se a cidade inteira delas fosse.

Numa tarde de domingo, ao descer a escada meu pai me chamou pra "tirar uma fotografia" pra ele. Estranhei, por que isso raramente acontece. Tirei a camera da bolsa, armei-a meio a contragosto, mas atendi ao chamado. A escada fica em uma área semi-descoberta, e quando olhei pra cima ele parecia alegre entusiasmado: - olha isso filha! - subi até onde ele estava e vi esse pôr-do-sol magnífico. Mas o que mais me impressionou é que o caminho do sol se repete todos os dias sobre nós e sobre as casas ao redor e nunca eu o havia percebido. A gente sai com o destino em mente e esquece de enxergar aquilo que nos cerca: pessoas, casas, asfalto ou a falta dele onde piso. Não olhar para os lados ou para o alto. de onde nos vem o socorro. sempre. nos deixa na escuridão.